As vezes contamos histórias para esquecê-las enquanto quem ouve se comove e as leva consigo para partilhá-las noutros lugares. Os desabafos podem nos deixar mais leves ao mesmo tempo em que complementa lacunas de quem já aprendeu a ouvir. A escuta pode libertar ao ponto de aprendermos a desapegar do que passou, deixando partir em paz o que não faz mais sentido. Pois, só é dolorosa qualquer partida quando ainda não se compreendeu que nada é para sempre, sobretudo, quando se trata do efêmero. Ou seja, se podemos tocar, lembrar ou sentir significa que é finito e que durará somente o suficiente para ecoar e seguir adiante se transformando. Por isso, as histórias sempre serão tão importantes seja para quem as esqueceu seja para quem as recebeu para aprender mais uma nova forma de enxergar o seu mundo ou de lidar com as próprias emoções. Enfim, as vezes a palavra é o nosso melhor remédio, outras vezes é o único. Musa! *Prof. Dr. Pablo Mendes Filósofo. Mestre e Doutor em Filosofia. Ed
" (...) não há qualquer embarcação de lazer nesse rio. Atraídos por uma irresistível corrente, chegam das tempestades e calmarias do mar, do seu silêncio e solidão, para o ponto de ancoragem que lhes é atribuído (...)” Virginia Woolf Existem múltiplos refúgios na expressividade de um não dizer. As poéticas do indizível buscam expandir o conceito para reinventar a ideia. Seus relatos se oferecem entre parênteses, como uma saga sem nome ao olhar. Nesse texto indefinido, sua menção aparece em rascunhos de feição indeterminada. Ao não ser verbalizado, sua redação caótica, um pouco antes de ser ajustada pela compreensão, deixa entrever a estrutura de onde partiu. Assim, uma inédita zona se anuncia em rastros de originalidade. Sua feição inaudita pode ser descoberta no silêncio porta-voz, assemelha-se à transgressão das miragens nos apontamentos de luz e sombra. Essa nascente possui uma lógica pró